Inhotim?
Antes era uma fazenda pertencente a uma empresa de
mineração. Dono não tinha. Pelo menos pelo modo tradicional, não. Mas alguém,
tinha que cuidar – escolheram o Timothy.
Quem é Timothy? A Wikipédia não conseguiu responder. Apenas
sei que Timothy virou Senhor Tim que virou Nhô Tim que virou Inhô Tim. Inhô Tim
poderia ser um velho barrigudo, de cabelos brancos e olhos negros. Ou poderia
ser um jovem senhor, de físico admirável para aquela idade e de simpatia digna
de ser brasileiro. Poderia ser qualquer um. O que não dava para imaginar é que
Inhô Tim se transformou em um dos mais importantes centros de arte
contemporânea, me atrevo, da América Latina.
Inhotim (agora unidos pela história e pelo português) foi
palco, nesse mês de agosto, da desemolduração da Rede Unida. Rede de
cientistas, pesquisadoras, estudantes, trabalhadores, pessoas que lutam por um
mundo melhor. Envolvidos e imersos na arte e nas reflexões que dela retiramos,
discutimos nossas práticas e seus significados entrelinhados pela correria das freeways de nossas vidas.
Conheci tanta gente bacana. Reencontrei tanta gente mais
bacana ainda. Porém havia outras gentes bacanas que não puderam ir devido às
limitações de espaço e imposições de contexto. Gentes que poderiam contribuir
mais ainda para as discussões, para os choros e risos, para as alegrias de ver
um lago verde e saber que não está poluído, para o enigma de ver coisas que não
existem e sentir coisas que já deixaram de existir.
Não quero te cansar, minha leitora e meu leitor, por isso
densifico minha fala e neologiso minhas ideias: Inhotize-se, mas não pelo preço
de quatorze reais, a meia de terça-feira. Redifica-se, mas
não apenas pelos laços que te são mais convenientes. Unida-se, pelo SUS que dá
(e se não deu, vai dar) certo.
Escrito por Mateus de Faria
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