terça-feira, 19 de maio de 2015

Violência, Saúde e Formação Profissional: O que fazer com os sinais que vêm da rua?

Reflexões sobre a fala de Emerson Merhy na conferência "Violência, Saúde e Formação Profissional: O que fazer com os sinais que vêm da rua?"

                                                                                                           Texto: Ingrit Medeiros Seehaber

    A palestra proferida pelo professor da UFRJ Emerson Merhy trabalha a ideia de uma sociedade violentada pelo medo, onde a mortalidade por homicídios ultrapassa muitas vezes a de zonas de guerra. A violência como ação da escravidão é algo histórico, quando temos na historicidade do tempo limpezas étnicas como as práticas de extermínio, ensaiando a produção do medo, do autoisolamento, assim estamos autoaprisionados em um mundo que têm receio do outro, onde esse é visto como uma ameaça.

    Fazemos uma construção societária cotidiana, formativa em todos os setores e no imaginário social na construção do pavor, como estratégia de subordinação. Cada vez mais nos cercamos de proteções contra o medo, como os condomínios fechados. O Estado soberano detém o controle da violência, ele exerce a violência em determinadas populações a fim de preservar outras, ou seja, protegendo-se dos “loucos”, protegendo-se dos “sãos”. 

    Permanecemos com a sensação de ameaças todos os dias, e para defender a vida, me torno violento, paradoxo a ser pensado quando encontramo-nos em corpos violentos, racistas, preconceituosos e agressivos. 

    É um mecanismo atual, de autodefesa, de defensiva, onde acusar o outro é a melhor solução, sem parar para pensar nas consequências de nossas ações perante o próximo, assim é mais fácil culpabilizar alguém. Com todos essas reflexões fica a ideia de que temos que nos desprender do eu sozinho, do individualismo que fecha portas e a laços de confiança entre as nações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário