sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Encontro Regional Sul da Rede Unida - Londrina 30-31/10/2013

Mesa Redonda: Gestão para a Produção do Cuidado em Redes de Atenção à Saúde

Palestrante: Emerson Elias Merhy

"Como eu produzo conexões de existência? Como produzimos na vida real tantas singularidades, sendo tão iguais? Temos os mesmos números de genes, nossas células tem as mesmas composições químicas, fabricamos proteínas da mesma maneira...somos muito iguais! Porém, dos 7 bilhões de habitantes da terra, quem é igual a mim? Ninguém! Não partilhamos o tempo inteiro dos mesmos encontros. Cada um é testemunha de si, em detalhes que ocorrem em nossas vidas e que nos tornam tão singulares! Novas formas de existência nascem em nós a todo momento, pois estamos no meio de encontros e produções de detalhes. Se somos tão únicos, porque somos uma sociedade que opera no regime de verdade que algumas vidas valem mais que as outras? A vida de cada um vale a pena!!!"

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Cobertura RWS - Mais Médicos - Ministra Maria do Rosario fala sobre saúde e direitos humanos



Em entrevista concedida à Rádio Web Saúde UFRGS, a Ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, fala sobre o acesso à saúde como um direito humano, sobre educação em saúde e sobre o programa do governo Federal "Mais Médicos".

domingo, 13 de outubro de 2013

Seminário Internacional Rotas Críticas V


No dia 16 de outubro, na cidade de Porto Alegre, inicia o Seminário Internacional Rotas Críticas V, que neste ano tratará o tema dos femicídios. Femicídios  são assassinatos de mulheres devido à condição de gênero, como os que ocorrem quando maridos, ex-maridos ou namorados matam as mulheres; quando há violência sexual seguida de morte da mulher e ainda quando uma mulher tenta proteger outra e é morta pelo agressor.

O evento, que contará com a cobertura da equipe da Rádio Web Saúde UFRGS, se estende de 16 a 18 de outubro e tem a participação de estudiosos do Brasil, da Costa Rica e do Haiti.

Serão abordados tópicos relativos à intervenção de serviços e redes na questão do femicídio, à abordagem da segurança pública, do setor jurídico e os dados dos femicídios no Brasil e na América Central.


Data: 16 de outubro (das 08h30min às 12h e das 14h às 17h)

          17 de outubro (das 08h30min às 11h e das 13h30 às 18h30min)

          18 de outubro (das 09h às 12h)

Local: Ministério Público na  rua Jerônimo Coelho, em frente á praça da Matriz.

sábado, 5 de outubro de 2013

Saúde da População Negra: um recorte necessário na busca da equidade e do acesso humanizado aos serviços de saúde

Relato do colega Ivan sobre a participação no I Encontro Estadual sobre a Política de Saúde da População Negra no Rio Grande do Sul.

            Ao iniciar o sétimo semestre do curso de Bacharelado em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande Sul – UFRGS, tenho acesso a diversos textos, artigos e teorizações científicas incluindo a própria Constituição Federal de 1988, que trata a saúde como direito universal, independente de raça, cor, religião, sexo, local de moradia, a ser promovido pelo Sistema Único de Saúde – SUS, pois todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (BRASIL, 1988). Nesse sentido, a Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990, conhecida como a Lei do SUS vem para regular as ações e serviços de saúde  buscando formulações de políticas econômicas e sociais no estabelecimento de condições que assegurem o acesso universal e igualitário à saúde como direito fundamental do ser humano, garantindo a sua promoção, proteção e recuperação.
Então por que uma política de saúde da população negra?
É preciso ter a compreensão do processo de saúde/doença, na dimensão social, cultural, econômica, racial e étnica. A partir disso iremos entender o Princípio da Equidade, pois os determinantes e condicionantes de atenção à saúde perpassam as condições de pobreza e se enviesa no quesito raça/cor como fator de preconceito racial ou de cor que geram exclusão e discriminação nos serviços de saúde. Na 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, o Movimento Social Negro juntamente com o Movimento da Reforma Sanitária, teve ativa participação no processo de elaboração e aprovação das propostas que viriam integrar posteriormente a Carta Constitucional de 1988. Nesse período, o movimento de mulheres negras exerceu um importante papel na luta pelas questões específicas à saúde da mulher negra, em especial àquelas relacionadas à saúde sexual e reprodutiva. De lá para cá, o governo federal passou a dedicar atenção às reivindicações à saúde da população negra, fruto de uma forte participação do Movimento Social Negro na 11ª e 12ª Conferências Nacionais de Saúde em 2000 e 2003 respectivamente, onde foram aprovadas propostas para estabelecimento de padrões de equidade étnico-racial e de gênero na política de saúde do Brasil.
A criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), através da Lei nº 10.678 de 2003 tendo como atribuição institucional promover a igualdade e a proteção dos direitos de indivíduos e grupos raciais e étnicos, através do acompanhamento e da coordenação das políticas de diversos ministérios, inclusive o da Saúde, representou uma conquista emblemática do Movimento Social Negro (BRASIL, 2003a). Em 2004, o Ministério da Saúde instituiu o Comitê Técnico de Saúde da População Negra-CTSPN, por meio da Portaria nº 1.678 para subsidiar a promoção da equidade e da igualdade no âmbito do SUS (BRASIL, 2004b). O comitê coordenado pela Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa SGEP e composto por representantes de diversas áreas técnicas do MS, da Seppir, pesquisadores e ativistas da luta antirracista tem seu funcionamento regulado pela Portaria nº 2.632/2004 (BRASIL, 2004c), resultando desse conjunto de esforços a instituição da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra conforme Portaria GM Nº 992 de 13 de maio de 2009. Essa Política tem como Princípios Gerais reafirmar os princípios constitucionais e os princípios do SUS, em especial o princípio da Equidade a partir do reconhecimento das desigualdades e da ação estratégica de políticas para superá-las; entendendo-se como ações e serviços específicos em razão de situações de risco e condições de vida e saúde de determinados grupos ou indivíduos da população. O Censo Demográfico de 2000 revelou que 54% dos brasileiros se definem como brancos,  45% como negros (considerados pretos e pardos) e 0,4% como indígenas e amarelos. Os dados do Censo contribuem para dar maior visibilidade às iniquidades que atingem a população negra.

Recentemente, em agosto de 2013 tive a oportunidade de participar do I Encontro Estadual sobre a Política de Saúde da População Negra no RS e no início de setembro participando de um curso de extensão em saúde da população negra, fruto da relação de meu campo de estágio, o Serviço de Auditoria do SUS- SEAUD/RS componente federal do DENASUS integrante da SGEP/MS pude apreender e perceber que ainda não tinha na Academia uma visão sistêmica sobre a saúde da população negra que transcende a condição do ser humano pois a saúde da população negra está relacionada, muitas vezes, além da sua condição de baixo padrão socioeconômico, as ações de racismo, preconceito e discriminação que em muitos casos impedem o acesso aos serviços de saúde para um tratamento adequado.

Algumas doenças, levando em conta fatores genéticos, são apresentadas de forma mais grave e prevalente na população negra, como por exemplo: a Doença Falciforme, Hipertensão Arterial, Eclâmpsia, Câncer de Colo de Útero e a Diabetes Mellitus. O risco de contaminação por AIDS, Sífilis e Tuberculose apresentados pela população negra é o dobro em comparação a população branca; a mortalidade materna e a mortalidade de jovens por causas externas (homicídios) também é maior na população negra. Por isso a informação do quesito raça/cor e seu preenchimento correto nos formulários, possibilita identificar as necessidades reais de saúde da população para o planejamento e organizações de ações e serviços de saúde. Essas doenças e agravos precisam ter uma abordagem específica e uma compreensão dos profissionais de saúde e de si próprio, para que se possa promover a equidade em saúde no País.             
DECLARE SEU AMOR À SUA MÃE, AVÓ, AVÔ, PAI, ANCESTRALIDADE.
DECLARE SUA RAÇA / COR!

Referências: 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 05 out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm  acessado em 04/10/2013

______. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Diário Oficial da União,
Poder Executivo, Brasília, DF, 20 set. 1990a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm acesso em 03/10/2013

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.632 de 15 de dezembro de 2004. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 16 dez. 2004c. Disponível em: <http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2004/Gm/

Livro Olhares sobre a equidade em Saúde: Elementos a cerca da Implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra em Porto Alegre. ISBN 9788565573-01-6

Escrito por Ivan Gonçalves Ricalde, editado por Rossana Mativi.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Exposição Fotográfica no Museu da UFRGS

A Rádio Web Saúde UFRGS recomenda a todos a visita à exposição fotográfica Abordagem interdisciplinar: paisagens, pessoas e vidas rurais – região sudeste rio-grandense no Museu da UFRGS. Trabalho realizado pelo Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Meio Ambiente e Desenvolvimento (GRIMAD) e do Grupo de Estudos em Saúde Coletiva (GESC). 

A mostra fotográfica está exposta no Mezanino do Museu da UFRGS na Avenida Osvaldo Aranha, 277 – Porto Alegre – RS. A visitação é do dia 16 de setembro a 19 de outubro de 2013, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h (último sábado de cada mês: das 9h às 13h). A entrada é franca! Vale à pena conferir!


Relato da aluna de Doutorado em Enfermagem, da UFRGS, participante da Exposição - Andréia Burile.
“No primeiro momento, quero agradecer a oportunidade de falar um pouco mais de nossa exposição fotográfica “Abordagem interdisciplinar: paisagens, pessoas e vidas rurais – região sudeste rio-grandense”. A Mostra tem como objetivo ilustrar paisagens, pessoas e vidas rurais da região sudeste rio-grandense e procura por meio das imagens problematizar o rural não apenas como espaço agrário, mas como um cenário constituído por paisagens e pessoas que conformam esse espaço e são por ele constituídas.

As imagens foram capturadas pelos pesquisadores do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Meio Ambiente e Desenvolvimento (GRIMAD) e do Grupo de Estudos em Saúde Coletiva (GESC) durante as pesquisas realizadas no âmbito do Programa Interdisciplinar de Pesquisa (PROINTER) do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural (PGDR/UFRGS) na metade sul de nosso estado.

A minha trajetória no grupo iniciou em 2010 quando ingressei no mestrado, na Escola de Enfermagem da UFRGS. Como projeto de pesquisa fui estudar homens em situação de adoecimento crônico, residentes no espaço rural, e para isso me desloquei até a comunidade Rincão dos Maia, em Canguçu, RS. A comunidade já tinha subsidiado outros estudos do GESC e ofertou um cenário importante para localizar homens a partir de suas referências de adoecimento, pois eu não queria buscá-los pelos serviços de saúde, uma vez que isso se constituiria um viés para meu estudo.

Por ter família no interior do estado e familiares que trabalham no meio rural, este espaço sempre me despertou interesse em função da pouca visibilidade dada, seja nas políticas públicas, meios acadêmicos ou até mesmo na mídia. Acredito que os modos de vida no espaço rural são singulares e precisam ser considerados e compartilhados. Esses dias, eu conversava com uma amiga que é professora, e ela espantada contava-me que muitos de seus alunos não conheciam uma propriedade rural. Penso que é essencial, no mundo em que vivemos ofertar oportunidades de ver outros modos de vida, para assim fomentar a prática da alteridade com o Outro.

Quando capturamos as imagens não tínhamos a pretensão de montar uma exposição fotográfica. Essa idéia só surgiu quando organizamos a Primeira Jornada de Estudos Rurais e Saúde, em julho 2012, para compilar e divulgar nossos trabalhos para a comunidade em geral. Nesta data, o professor Roberto Verdum, vinculado ao Instituto de Geociências, Departamento de Geografia da UFRGS, integrante também do PROINTER lançou a idéia e a partir daí começamos nos organizar para concretizar a exposição. Nosso grupo trabalha fortemente com a idéia de que ao produzirmos ciência estamos assumindo um compromisso não apenas com nossos pares na Universidade, mas também, e principalmente, com a sociedade. Em nossas pesquisas, temos ofertado devolutivas aos participantes de nossos estudos, além disso, organizamos atividades de extensão subsidiadas por estes trabalhos.

Com relação as minhas fotografias... Tudo começou quando, ao realizar as visitas aos participantes de minha pesquisa, eles me mostravam fotos deles e de outras pessoas que já tinham desenvolvido alguma ação na comunidade. Ali, vi a oportunidade de ter memórias do tempo em que estive no Rincão dos Maia e ao mesmo tempo ofertar uma lembrança dos encontros. Em cada visita e pelos caminhos que me levavam aos entrevistados fui fotografando tudo que me despertava atenção. Uma das fotos que mais gosto é a foto da divulgação em que capturei dois netos de um entrevistado de minha pesquisa brincando com os cabritinhos no quintal- pensei como a infância no rural é diferente da urbana. Não raras vezes me deparo com crianças da idade deles fixadas em seus celulares e tablets. Lá, eles correm, brincam, inventam brinquedos e brincadeiras... tudo é mais livre. Claro, é preciso pontuar que nas grandes cidades o fenômeno da violência limita os espaços que as crianças podem circular.


Para não me estender demais, quero convidar todos e todas à conhecerem nossa exposição fotográfica no museu da UFRGS. As imagens serão expostas até o dia 19 de outubro e a entrada é franca! Vale à pena conferir! Abraços,

Organizadores: Roberto Verdum, Tatiana Engel Gerhardt, Marta Julia Marques Lopes, Vilma Constância Fiovarante dos Santos, Eliziane Ruiz, Joannie Fachinelli, Andreia Burille, Cristiane Tonezer, Francis dos Santos, Ana Carrion, Joana Cicconeto, Deise Lisboa Riquinho e Potiguara de Oliveira Paz”.


Escrito por Rossana Mativi.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Apresentação do Projeto da Rádio Web Saúde

Hoje a equipe da Rádio Web Saúde UFRGS apresentou-se para os colegas da Saúde Coletiva no Fórum dos Estudantes. Fernanda e Rossana apresentaram o Prezi (http://prezi.com/bzoaazidzcf1/radioweb-saude-ufrgs/) que o Mateus, aluno da UFMG que esteve na UFRGS em mobilidade acadêmica, gentilmente bolou para as apresentações do projeto. A apresentação contou, também, com o relato do ex-integrante da RWS, o Ivan que falou de quando o projeto iniciou, da sua experiência, do seu crescimento e de alguns dos eventos que a RWS cobriu com a sua participação.

Por problemas de ordem técnica, não foi possível a participação ao vivo, via Livestream, das colegas Juliana e Mariana juntamente com o professor Alcindo direto de Manaus-AM onde está ocorrendo a cobertura do Encontro da Rede Unida - Norte pela Rádio Web Saúde UFRGS. 

Os alunos da Saúde Coletiva foram convidados a participar do projeto, a compartilhar suas experiências, seus aprendizados, suas participações em eventos que digam respeito à Saúde Coletiva e com isso exercer a comunicação, a teoria na prática e o protagonismo de futuros Sanitaristas.

A equipe da RWS apresentou as mídias que dispõe para transmitir a informação, relação abaixo, e colocou-se à disposição dos alunos para quaisquer esclarecimentos.


A apresentação rendeu algumas adesões dos colegas e passou a impressão de que o projeto deve apresentar-se no início de cada semestre, #ficaadica!

Escrito por Rossana Mativi.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Acordo de cooperação entre a UFRGS e a Universidade de Bologna promove disciplina de Saúde Global

     De 27 de agosto à 5 de setembro foi ministrada, na sede da Rede Governo Colaborativo em Saúde, a disciplina “Saúde global, globalização e efeitos nos serviços de saúde: Brasil e Itália”. A realização da disciplina, oferecida aos alunos do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da UFRGS e aos alunos do Mestrado Profissional em Saúde da Família da UFMS, foi possível devido à parceria com o Centro Studi e Ricerche in Salute Internazionale e Interculturale da Universidade de Bologna (C.S.I. Unibo), firmada através do acordo de cooperação entre a UFRGS e a UNIBO.

           Turma da disciplina Saúde global, globalização e efeitos nos serviços de saúde: Brasil e Itália com os professores Ardigò Martino e Brigida Marta, da Unibo

     Nas duas semanas de aula, foram tratados temas como o questionamento da abordagem biomédica através de sua eficácia comparada à de outras abordagens, a migração e a necessidade de novos entendimentos de saúde que esse fenômeno provoca e o papel do profissional de saúde nesse novo quadro, a relação entre os processos locais e globais e a necessidade da construção de coletivos transnacionais pelos profissionais de saúde, além de temas sobre a antropologia e cultura, a etnografia no trabalho da saúde mental e os sistemas de saúde italiano e catalão. As aulas foram ministradas pelos professores Anna Castellucci, Ardigò Martino, Augusta Nicoli e Brigida Marta, da UNIBO, Massimiliano Minelli e Michelangelo Giampaoli, da Universidade de Perugia, Leticia Medeiros Ferreira, do Centro de Saúde Mental Nou Barris Nord – Barcelona, e Angel Martínez Hernáez, da Universitat Rovira i Virgili.
Leticia Medeiros Ferreira, do Centro de Saúde Mental Nou Barris Nord - Barcelona

     A disciplina de Saúde Global faz parte das atividades do acordo de cooperação entre a UFRGS e a UNIBO, juntamente com outras ações, como as pesquisas avaliativas do PMAQ e o VER-SUS, que já contam com o apoio e a participação de profissionais e estudantes italianos. 

     “As redes científicas que se articulam aqui e lá têm diferentes origens e diferentes práticas de pesquisa, produção de conhecimentos e inserção nos sistemas de saúde e outras políticas públicas”, argumenta o professor Alcindo Ferla, coordenador da Rede Governo Colaborativo em Saúde. Para Alcindo, esse intercâmbio é bastante promissor: “Ganhamos todos com a troca e o intercâmbio, já que nos aproxima um compromisso ético de produzir conhecimento voltado à transformação das condições em que vivem as pessoas e as coletividades”.
Dinâmica com as professoras Anna Castellucci e Augusta Nicoli, da Unibo
 
     Aluna do Mestrado Profissional em Saúde da Família da UFMS, Patrícia Marques Magalhães, que veio a Porto Alegre com seus colegas Flávia Brito e Eduardo Henrique Santim para as aulas da disciplina de Saúde Global achou muito importante a troca de experiências entre as diferentes realidades oportunizadas pela disciplina: “mostra que ainda temos muito o que aprender, mas que também temos excelentes vivências, que estamos no caminho certo. Aprendemos que o fator globalização é imprescindível.”

     O professor Ardigò Martino e a Rádio Web Saúde UFRGS preparam vídeos com alguns dos tópicos apresentados ao longo das duas semanas de aula:




 Escrito por Mariana Martins.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Abertura do Encontro Regional da Rede Unida - Sudeste

O Encontro Regional Sudeste, da Rede Unida, ocorreu entre os dias 16 e 17 de agosto, no Parque Inhotim, em Brumadinho/MG, foi um encontro preparatório para o 11° Congresso Internacional da Rede Unida, que ocorrerá em Fortaleza, em 2014. Teve como principal tema: “O encontro com a vida sem molduras, girando a educação e trabalho no cotidiano do SUS”.

O Inhotim - Instituto de Arte Contemporânea e Jardim Botânico foi palco desse acontecimento e proporcionou aos participantes uma experiência singular através do encontro com as obras de arte expostas ao ar livre, possibilitando a troca de experiências, reflexões e debates sobre o desafio de desemoldurar, romper com a perspectiva tecnicista, reducionista e restrita a padrões de comportamento que influenciam a formação dos profissionais de saúde e as práticas de cuidado e atenção à saúde.

A programação do Encontro Regional Sudeste, foi construída pelos representantes dos quatro estados envolvidos na organização do evento e pode ser conferida no site da Rede Unida: http://www.redeunida.org.br/congresso2014/regional/sudeste/programacao

Foram convidados para participar da Mesa de Abertura o representante do Departamento de Atenção Básica – DAB/SAS, Alexandre Florêncio, o Coordenador Nacional da Rede Unida, Alcindo Antônio Ferla, a Coordenadora-Geral de Ações Estratégicas em Educação na Saúde – SEGTS, Eliana Cyrino, o Professor do curso de Odontologia da UFMT, João Henrique Lara do Amaral, e a Diretora de Inclusão e Cidadania do Instituto Inhotim anfitriã do evento, Roseni Sena.


Disponibilizamos na íntegra a Manifestação da Comissão Organizadora do Encontro Regional Sudeste da Rede Unida – 2013
Tema: Um encontro com a vida sem molduras:  girando o trabalho e a educação no cotidiano do SUS
Três experiências a serem trocadas nesses dois dias:
A delicadeza das relações interprofissionais;
A delicadeza das relações profissionais e comunidade;
A delicadeza em fazer saúde no SUS.
Quem faz a mediação entre nossas experiências e esses três eixos é a arte contemporânea. A arte sem molduras, que assusta, surpreeende, sensibiliza, emociona e que abandona os suportes tradicionais. Uma característica marcante da arte contemporânea e a diversidade assim como são diversos os muitos cenários e personagens que cruzam o caminho na prática cotidiana. A mediação pela arte busca o discurso universal.
Entendemos como delicadeza saber lidar com o que está ao nosso redor e de nossos semelhantes, é ver o cotidiano como espaço das surpresas, é a valorização da singularidade, é "olho no olho" onde se permite pensar nas realidades das vidas e das existências. O giro da vida é o pano de fundo, é a vida enquanto experiência individual e coletiva.
Desemoldurar, descortinar, mudar o eixo, permitir que cada um gire a vida nesses dois dias de acordo com a sua experiência e o seu caminho. Girar e desemoldurar o trabalho e a educação no cotidiano do SUS.
Desemoldurar como um termo cunhado para essa experiência de dois dias. Foi durante uma reunião nesse instituto. Termo que espanta, trás surpresa, que faz fugir o terreno debaixo dos pés. Busca-se superar o rigor do que está disciplinado, engessado e emoldurado nos campos da educação e do trabalho.
Cada participante trás a sua contribuição no campo da formação, do trabalho, do controle social e da gestão. A ideia geral que move a atividade é provocar a dúvida, a reflexão e a criação, sempre considerando as experiências de cada um.
Na elaboração dessa fala alguns membros da comissão manifestaram que se sentiram desafiados, convocados à criatividade e ao atrevimento. Houve também a experiência da solidariedade. Todas elas experiências da vida e não será diferente durante os próximos dois dias. Desafio e solidariedade são complementares. No encontro regional as pessoas se aproximam e as coisas acontecem porque fazemos acontecer juntos e com objetivos compartilhados.
O desafio de desemoldurar perseguiu a comissão durante toda a organização. Talvez pelo esforço de perder as molduras fez com que o trabalho de organização parecesse mais pesado. Como organizar sem moldura? Houve um exercício obstinado em desfazer e recriar novos movimentos e espaços, tentativas de desemoldurar as existências e seus afazeres.
Esse encontro possibilita nossa inserção ainda maior no desenvolvimento das políticas de Saúde no Brasil e revigora o ideário do Movimento da Reforma Sanitária Brasileira. Percebe-se nas gerações aqui representadas diferentes etapas de uma mesma trajetória. Estamos nesse movimento para enfrentar os desafios da consolidação e da melhoria da qualidade da formação e do trabalho na saúde, com delicadeza, buscando retirar as molduras para que os enfrentamentos e as soluções sejam outras.
Esse é o convite que é feito a todos e todas. Nesses dois dias e depois nos espaços sociais que ocupamos e onde objetivamente fazemos.
O encontro é uma resposta àqueles que acreditaram primeiro, dois deles presentes entre nós: Roseni, Edison Corrêa e Vitor Hugo que não pode comparecer. Os três fundadores da Rede Unida.

Sejam bem-vindos(as).


Escrito por Juliana Porto.

Timothy e a compreensão de agosto

Inhotim?

Antes era uma fazenda pertencente a uma empresa de mineração. Dono não tinha. Pelo menos pelo modo tradicional, não. Mas alguém, tinha que cuidar – escolheram o Timothy.

Quem é Timothy? A Wikipédia não conseguiu responder. Apenas sei que Timothy virou Senhor Tim que virou Nhô Tim que virou Inhô Tim. Inhô Tim poderia ser um velho barrigudo, de cabelos brancos e olhos negros. Ou poderia ser um jovem senhor, de físico admirável para aquela idade e de simpatia digna de ser brasileiro. Poderia ser qualquer um. O que não dava para imaginar é que Inhô Tim se transformou em um dos mais importantes centros de arte contemporânea, me atrevo, da América Latina.

Inhotim (agora unidos pela história e pelo português) foi palco, nesse mês de agosto, da desemolduração da Rede Unida. Rede de cientistas, pesquisadoras, estudantes, trabalhadores, pessoas que lutam por um mundo melhor. Envolvidos e imersos na arte e nas reflexões que dela retiramos, discutimos nossas práticas e seus significados entrelinhados pela correria das freeways de nossas vidas.

Conheci tanta gente bacana. Reencontrei tanta gente mais bacana ainda. Porém havia outras gentes bacanas que não puderam ir devido às limitações de espaço e imposições de contexto. Gentes que poderiam contribuir mais ainda para as discussões, para os choros e risos, para as alegrias de ver um lago verde e saber que não está poluído, para o enigma de ver coisas que não existem e sentir coisas que já deixaram de existir.


Não quero te cansar, minha leitora e meu leitor, por isso densifico minha fala e neologiso minhas ideias: Inhotize-se, mas não pelo preço de quatorze reais, a meia de terça-feira. Redifica-se, mas não apenas pelos laços que te são mais convenientes. Unida-se, pelo SUS que dá (e se não deu, vai dar) certo.

Escrito por Mateus de Faria

domingo, 18 de agosto de 2013

Encontro Regional da Rede Unida - Sudeste, primeiro dia.

No primeiro dia do Encontro Regional da Rede Unida - Sudeste, no Parque Inhotim em Brumadinho - MG, as três integrantes (Juliana, Mariana e Rossana) do Projeto da Rádio Web Saúde UFRGS acompanharam cada uma um grupo de visitação as obras.


Participei do Grupo 9, o qual contava com o apoiador, o professor Marco Akerman, fizemos o circuito 3 e visitamos a Galerias Lago, Marcenaria, Miguel Rio Branco e Mata. O tema foi "As Relações de Trabalho no SUS". 

Adorei o tema pois tem tudo a ver com o meu local de trabalho, com a função que desempenho e com o atendimento que presto diariamente como Técnica em Nutrição em um Banco de Leite Humano de Porto Alegre.

O que mais chamou a minha atenção na Galeria Lago foram as fotos dos acidentes de trabalho e de como o artista Thomas Hirschhorn na obra Restore Now mostrou que prestamos mais atenção na mídia do que nos livros, que uma ferramenta sem conhecimento mutila e que o consumismo é o mal da sociedade contemporânea. Quem quiser mais informações sobre a obra, visite o site:

Na Galeria Marcenaria, a obra de Victor Grippo remeteu o grupo a pensar o trabalho no SUS, até que ponto há claridade nas relações, que ninguém é igual a ninguém e que precisa haver uma união de percepções e conhecimentos ao lidar com o outro. Considero o meu jeito de ver, entender e sentir a obra um jeito só meu, redundante não?! Pois é, encontre a sua forma de sentir a obra e desenmoldure-se... Lindo o artista trabalhar na meia luz, usar a claridade que entra por uma fenda para com ela guiar a sua criação, fantástico ter seis mesas com quatro pés indicando as 24h do dia, mas tudo isso, representou para mim um trabalho em gesso no qual em cada mesa havia uma forma de dar forma a alguma imagem e na última mesa essa imagem havia quebrado! Louco?! Insano?! Ignorante?! Pode ser o que quisermos ver, entender e sentir! Arte é isso. Quem quiser mais informações sobre a obra, visite o site:

A Galeria Miguel Rio Branco contou com fotos, muitas fotos... Adoro fotos! Fotos da vida de mulheres prostitutas do Pelourinho, realidade nua e crua! Chocantes?! Sim, como não chocar... Mas, a foto que mais gostei foi a do link aqui disponibilizado. Uma sequência de fotos de dois meninos lutando capoeira, simples assim, a impressão que tive foi a, de que se tu passar rápido pela tela olhando somente para as fotos na vertical, dá para sentir o movimento da luta e até, quem sabe, ouvir o som da música! Quem quiser mais informações sobre a obra, visite o site:
http://www.inhotim.org.br/index.php/arte/obra/view/263

A Galeria Mata, para mim, foi a melhor da tarde! Nela aprendi que a pessoa objetiva, fria e calculista aqui precisa muito rever os seus conceitos e sim, tentar enxergar um vidro no meio de uma sala e não somente que a cor da sala mudou e que há um trilho na diagonal dela! O mais interessante foi o professor Akerman me ver vidrada em um quadro que tinha um labirinto, eu com o dedinho querendo encontrar a saída daquele desenho cheio de microcorredores e ele filosofando de que nem sempre devemos encontrar a saída, de que não devemos nos preocupar com ela, enfim... Sai dali encantada com as palavras do professor e com aquele sentimento de derrota para o labirinto! Sai de mim OBJETIVIDADE! Quem quiser mais informações sobre a obra, visite o site:
http://www.inhotim.org.br/index.php/arte/exposicao/obraTemp/380/3

Após a visita o grupo conversou sobre a relação entre as galerias e chegamos a belas conclusões. Tentarei equacionar as posições dos colegas, colocando na íntegra o que foi dito (sem nomeações, desculpem-me!).
As fotos dos acidentes de trabalho mostrou que a máquina é mais importante que homem. A mulher adequou-se ao trabalho, mas o trabalho não se adequou a mulher.
Prego + marcenaria = trabalho intelectual + manual
"Prostituição é um trabalho degradante, uma exploração."
"Quando se respeita o ser humano ele se sente assistido. É possível o SUS atender sim com cuidado, entendimento, humanização..."
"Nós somos seres fragmentados dentro de uma unidade."
Na obra A Falha, o que é o seu copro político no espaço? Na modificação do espaço a pessoa é um obstáculo, "a gente não se move por causa de nós mesmos!" Quem quiser mais informações sobre a obra, visite o site: http://www.inhotim.org.br/index.php/arte/obra/view/395
"As pessoas questionadoras são muito perseguidas."
"Quando faz junto, um sustenta o outro."


Referência: Inhotim - Instituto de Arte Contemporânea e Jardim Botânico. Disponível em: <http://www.inhotim.org.br/>. Acesso em 21/08/2013.

Escrito por Rossana Mativi.

sábado, 17 de agosto de 2013

Encontro Regional da Rede Unida - Sudeste, segundo dia.

No segundo e último dia do Encontro Regional da Rede Unida – Sudeste, a equipe da Rádio Web Saúde UFRGS continuou acompanhando o circuito de visitas às obras com os grupos durante a manhã e, à tarde, transmitiu ao vivo, pela internet, o encerramento do Encontro com a devolutiva das discussões que os grupos fizeram sobre as obras visitadas.


O Parque Inhotim é um enorme museu a céu aberto e para qualquer lugar que se olhe há arte inserida nele. Os lagos são de um verde esplêndido e inimaginável, lá encontrei várias Carpas Super Saúde Coletiva UFRGS, de um laranja vibrante e intenso! O paisagismo, as instalações, as obras ao ar livre, enfim, o saudosismo vai batendo e a vontade de não querer voltar à realidade faz com que tenhamos a nítida impressão de querer eternizar o momento!


Hoje, o Grupo 9 trabalhou com o tema “A Delicadeza das Relações Interprofissionais”. Visitamos a obra de Rivane Neuenschwander, a Galeria Praça e a Galeria Lygia Pape.

Continente/Nuvem foi a primeira obra que visitamos. Uma casa pequena, simples e antiga na qual moravam 11 pessoas de uma mesma família, no teto do grande salão da casa há 25 ventiladores que ficam constantemente ligados levando as bolinhas de isopor de um lado para outro. Entramos pela porta dos fundos da casa, velha tradição mineira de receber o visitante direto na cozinha, lugar mais aconchegante do lar. Depois do relato da história da obra com a monitora, o professor Akerman pediu para que o grupo se apresentasse e contasse um pouquinho da sua trajetória, foi uma forma de nos conhecermos melhor muito interessante, pois entre nós havia profissionais da saúde de diferentes áreas, bem como usuários do sistema, estudantes de graduação e professores a maioria da região sudeste do país, só eu era do sul. Após nos apresentarmos o apoiador do grupo pediu para que deitássemos no chão para ver/sentir as bolinhas movimentando-se no teto... Foi uma sensação única! Estar dentro da obra, compartilhando da sua moldura e ao mesmo tempo desenmoldurando-se e despindo-se de certos pré-conceitos, como o de deitar no chão! Momento sublime... Como diz o professor Marco, a monitora, também, desenmoldurou-se, pois se apresentou para nós e aceitou tirar uma foto nossa! A vida é uma arte! Quem quiser mais informações sobre a obra, visite o site:


Na Galeria Praça, a obra Forty Part Motet, apresentou uma instalação com 40 caixas de som, para cada caixa uma voz masculina de coral, cantando uma música composta para a comemoração do aniversário da Rainha Elizabeth 1ª, em 1575. Um espetáculo à parte que fez com que eu transgredisse as regras pegasse a câmera e filmasse o passeio que fiz pela sala na frente das caixas de som. Eu precisava levar algo para a minha mãe de todo aquele mar de cultura e arte no qual mergulhei fundo de corpo e alma! Minha mãe? ADOROU! Ela canta em dois corais, já cantou e outros tantos e nunca ouviu algo parecido com o que consegui captar de lá. A idéia de gravar cada voz em separado e depois transmiti-la em uma só caixa de som nos remete a sentir que o coral estava presente ali no salão... Momento de interiozar nossas próprias vozes! Quem quiser mais informações sobre a obra, visite o site:
http://www.inhotim.org.br/index.php/arte/exposicao/obraTemp/195/4

A professora Dora Lúcia de Oliveira explica, durante a entrevista para a Rádio Web Saúde UFRGS, o que mais a chamou a atenção na obra de Janet Cardiff.
https://www.youtube.com/watch?v=3K26TjEKcwE

Não é à toa que essa Galeria se chama Praça, nela há duas montagens que retratam fielmente a praça e a rodoviária da cidade de Brumadinho. Modelos reais que emprestaram a sua forma para dar forma a um imenso painel! É tão interessante e real que dá vontade de pegar o ônibus... Quem quiser mais informações sobre a obra, visite o site: 


Literalmente adentramos na obra Ttéia na Galeria Lygia Pape! A instalação era tão escura que, na medida em que, fomos nos aproximando da obra subimos em uma espécie de palanque, tocamos nos fios, brincamos tentando adivinhar do que eles eram feitos e interagimos muito bem com a obra para depois sabermos que não poderíamos ter feito nem metade do que fizemos! Há sempre um senão nos museus... Poxa, estávamos no maior museu a céu aberto do mundo, como não interagir com a obra, tocá-la, senti-la... É, podendo ou não, foi o que fizemos! Quem quiser mais informações sobre a obra, visite o site:  


Após a visita as obras, o grupo reuniu-se para conversar sobre o que foi visto durante a manhã. Confesso que me perdi do grupo e acabei não participando da conversa, mas ao conceder a entrevista para a equipe da Rádio Web Saúde UFRGS o professor Akerman contou como foi rica a conversa que eles tiverem e o quanto o que foi dito nos auxilia a repensar nos rumos que queremos dar ao SUS. Confira a entrevista na íntegra, vale à pena! https://www.youtube.com/watch?v=Kth0VfO2mQE

Referência: Inhotim - Instituto de Arte Contemporânea e Jardim Botânico. Disponível em: <http://www.inhotim.org.br/>. Acesso em 22/08/2013.

Escrito por Rossana Mativi.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Encerramento Ver-Sus edição inverno 2013

Com o intuito de capacitar futuros profissionais da saúde com um olhar diferenciado para as necessidades de cada pessoa, iniciou-se a edição do Ver-Sus do inverno de 2013. De modo a contextualizar o direito à saúde para todos e incentivar melhorias no SUS, onde cada participante é uma peça fundamental, estudantes da saúde têm a oportunidade de vivenciar, de outro ângulo, a oferta de serviços no SUS, sendo capazes de ter uma compreensão dos desafios e das potencialidades para garantir uma saúde de qualidade para as pessoas.

Outro aspecto interessante, é a concentração de estudantes de diferentes segmentos da saúde, sendo possível trabalhar com a multidisciplinaridade, com cada integrante contribuindo com seus conhecimentos, juntando, assim, todas as peças necessárias para montar o grande quebra-cabeça de um SUS melhor. Talvez o que seja tratado como melhoria na saúde seja algo utópico, que estes versusianos trazem como potencialidades de melhorias, mas sonhos podem se tornar realidade. Cada estudante, futuro profissional, abdicou de suas férias do meio do ano para estagiar no SUS, saindo do mundo teórico das salas de aula e colocando em prática seus estudos para analisar os fluxos de trabalhos.

O que o SUS pode ganhar com estes futuros profissionais viventes do SUS?
Profissionais preparados para compreender o estado humano, em que cada pessoa tem o seu contexto de vida, o que, nas palavras de um dos viventes, seria um ato de cidadania. O Ver-Sus possibilita, além da oportunidade de formar laços de amizade, a oportunidade dos estudantes visitarem serviços de saúde em Porto Alegre - nas suas 8 regiões - e na região metropolitana, nos municípios de Canoas, Novo Hamburgo, Osório/Tramandaí, São Leopoldo e Gravataí. Equipes são montadas com dois facilitadores e aproximadamente dez estudantes. Os estudantes e facilitadores ficam imersos na cidade designada para o grupo convivendo e participando de atividades. Durante a vivência, o estudante faz um diário individual e um relatório final como grande grupo, os gestores têm uma devolutiva mostrando as vivências e apontando potencialidades para o processo de trabalho no município.

Nessa edição, os estágios começaram no dia 19 de Julho, e hoje dia 30 de julho, o dia em que estive presente no encerramento, não pude deixar de notar a união e a amizade com que os trabalhos foram realizados. É interessante saber que todas as equipes e suas respectivas cidades fazem trocas do que vivenciaram, formando, assim, um agregado de conhecimentos, com muito aconchego e calor humano. Pessoas diferentes reunidas no mesmo espaço, percepções construídas/desconstruídas e afetividade trocadas por pessoas que até então eram desconhecidas.

Para mim, a emoção da despedida que presenciei é só a ponta do iceberg, pois ali pude ver e sonhar com profissionais capacitados a se doar para o próximo em uma oportunidade na qual é possível trazer para a realidade um sistema de saúde universal cumprindo com seus objetivos.

Abaixo o depoimento de Bruna Pedroso, integrante do Elos Coletivo, um dos organizadores do evento, na qual ela descreve o significado do Ver-SUS:
Ver-Sus para o coletivo foi uma porta de entrada, um despertador foi uma coisa que dá o click, pela aproximação, pela imersão, porque o primeiro ver-sus que participei foi no verão de 2012 que a gente dizia, fácil é participar do big brother quero ver é participar do ver-sus! Porque é um choque, a pessoa com uma bagagem, com uma trajetória no meio de monte de gente que não conhece, com realidades diferentes e ninguém sabe o que pode produzir. Então é uma ebulição interna que só pode acontecer ao extrapolar em choro, em raiva ou em silêncio, porque a gente não sabe o que vai fazer mas de qualquer forma resultou em alguma coisa e a gente espera que a longo prazo esse resultado seja qualificação dos processos humanos de saúde, o fortalecimento do movimento estudantil, algumas coisas já temos visto na formação do Elos Coletivo. Ver-sus é  um projeto muito positivo que cumpre os objetivos ao qual ele se propõe, de aproximar os estudantes dessa realidade, que não é trazida na academia, de criar vínculos, esses vínculos vão ser levados quando estivermos na rede atuando.”

Para saber mais sobre o Ver-Sus Porto Alegre e Região Metropolitana acesse o link do Elos Coletivo:

Para acessar os relatórios dessa galera acesse o site da Otics, onde é possível fazer sua inscrição e também acompanhar o Ver-Sus em outras regiões do Rio Grande do Sul e do Brasil:
http://versus.otics.org.br/vivencias/inverno-2013/rio-grande-do-sul


Escrito por Fernanda Cardoso e Mariana Martins.