sábado, 27 de abril de 2013

Evolução das Instituições de Saúde – Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre


A Rádio Web Saúde participará ao longo deste semestre do Projeto de Extensão: EVOLUÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE: UM OLHAR INTERDISCIPLINAR, cujo objetivo é conhecer a história de instituições de saúde e oportunizar a alunos, em especial trabalhadores, de cursos noturnos da UFRGS, a realização de créditos complementares, aos sábados.

Hoje foi o dia de conhecer um pouco mais da Santa Casa de Misericórdia e do seu Cemitério. O dia foi aprazível para uma saída de campo, as fotos ficaram ótimas e os palestrantes elucidaram um pouco mais da história desse hospital que completará, em outubro, 210 anos!

Um pouco da história da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre...
Até o início do século XIX, Porto Alegre não dispunha de nenhum hospital, os doentes eram atendidos em seus domicílios ou em albergues enfermarias, mantidos por indivíduos caridosos. 
A ideia inicial de criação da Santa Casa de Porto Alegre foi dada pelo Irmão Joaquim Francisco do Livramento, que já havia fundado a Santa Casa do Desterro, na ilha de Santa Catarina. De origem portuguesa, foi autorizada a organizar-se no Brasil pelo Príncipe Regente Dom João e em 1803, iniciou-se a sua construção. 
O fato de ser uma Misericórdia proporcionou à Instituição o direito de receber esmolas, legados e outros rendimentos a serem aplicados no hospital. A inauguração da Irmandade Santa Casa de Misericórdia ocorreu em 1º de janeiro de 1826. É deste mesmo ano, o nascimento do primeiro cemitério junto à Santa Casa para enterrar condenados à morte e pacientes falecidos no hospital.
Nos anos de 1835 e 1836, a Santa Casa resistiu ao sítio imposto à cidade de Porto Alegre pela Revolução Farroupilha. O atendimento aos doentes militares gerou conflitos internos na Instituição o que acabou prejudicando a arrecadação de esmolas, pois a designação inicial da Instituição era a de ser essencialmente assistencialista aos desamparados, doentes, recém-nascidos e alienados mentais. 
Entre os anos de 1843 e 1845 foi construído o primeiro cemitério público extramuros, no Alto da Azenha, primeira importante fonte de renda da Instituição. 
Somente em 1844, foi concluído o edifício do hospital onde havia a Casa da Roda, instituição que funcionava junto à Santa Casa com o intuito de acolher e proteger os recém-nascidos rejeitados. 


A função inicial da Santa Casa era prover na saúde, na doença, no abandono, na demência mental, na velhice e na morte. De suas enfermarias criou-se o Hospital São Pedro, o Asilo Padre Cacique, o Hospital da Brigada Militar, duas faculdade de medicina e uma de enfermagem. Sem falar no Complexo Hospitalar, que conta hoje com sete hospitais com diversas especialidades, são eles: Hospital São Francisco (inaugurado em 1930), Hospital Daltro Filho (1940), Hospital São José (1946), Hospital Santo Antônio (1953), Pavilhão Pereira Filho (1965), Hospital Santa Rita (1955) e Hospital Dom Vicente Scherer (2001). Hoje, a função da Santa Casa é prover na prevenção da saúde, na doença e na morte, pois ela é o primeiro hospital a possuir um Centro Histórico voltado à preservação do passado e à manutenção da cultura.


Entrevista com Vera Lucia Maciel Barroso, historiadora do Centro Histórico Cultural da Santa Casa, realizada pelas alunas da Saúde Coletiva da UFRGS.


Referências: FRANCO, Sérgio da Costa; STIGGER, Ivo. Santa Casa 200 anos: caridade e ciência. Porto Alegre: Ed. da ISCMPA, 2003. 200p.
Coletivizando a Saúde. Santa Casa. Disponível em: <http://coletivizandoasaude.blogspot.com.br/2012/10/santa-casa.html>. Acesso em: 30/04/2013.

Escrito por Rossana Mativi com o apoio técnico das colegas Ana Paula Cappellari, Júlia Galperim, Mariana Marchioro e Shayanne Santos.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Evolução das Instituições de Saúde – Cemitério da Santa Casa de Porto Alegre


Além de conhecer a história da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, também, fez parte do Projeto de Extensão a visita ao Cemitério da Santa Casa de Porto Alegre. Um verdadeiro museu a céu aberto com suas histórias e roteiros impressionantes.

Segundo o site, o Cemitério da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, inaugurado em 1850 e o mais antigo em atividade no Sul do Brasil, conserva em seus 10,4 hectares muito da história da Capital gaúcha e do próprio Rio Grande do Sul. Atrás de seus muros, mais de um século e meio de história está representada, através da arte esculpida em mármore, bronze, ferro e pedra, nas sepulturas e mausoléus ali reunidos. Atravessar os portões que guardam esse patrimônio da cidade e caminhar por suas alamedas é iniciar uma viagem ao passado.

No Brasil Colonial, as vilas se estruturavam com uma capela em seu centro e, ao lado ou nos fundos desta, ficava o cemitério. Na Vila de Porto Alegre, a necrópole existente localizava-se atrás da antiga Igreja Matriz e Capela do Divino Espírito Santo, que deu lugar à Cúria Metropolitana, hoje na Rua Fernando Machado.
Durante a ocupação de Porto Alegre pelos farroupilhas, entre 1835 e 1836, a média anual de enterros aumentou substantivamente, causada também por um surto de escarlatina. Logo, a área destinada aos sepultamentos tornou-se inadequada. O terreno acidentado, de acentuado declive, não permitia mais acolher os enterros, por problemas ocasionados pela chuva e consequente erosão do solo.
Em 1834, já havia uma comissão sanitária, formada por médicos e nomeada pela Câmara Municipal, para debater o problema da necrópole. Mas foi em 1843, após o poder público municipal ter autorizado a mudança do cemitério para uma localidade afastada – extramuros –, que o Presidente da Província, Luis Alves de Lima e Silva, tomou a iniciativa de adquirir, em 6 de agosto de 1844, um amplo terreno. Situado longe do Centro, no alto da Colina da Azenha, a sua administração ficou a cargo da Irmandade da Santa Casa de Porto Alegre.


A visita/aula/passeio foi surpreendente, nossa guia Amanda, da Reserva Técnica do Centro Histórico Cultura, foi incansável em nos apresentar a história de cada túmulo, mausoléu e imagens. O museu a céu aberto já mencionado possui diversos roteiros entre eles estão o religioso, o cívico, o político, o positivista e o social. Todos com figuras emblemáticas e históricas do Rio Grande do Sul. Um dos jazigos surpreendeu por não haver ninguém enterrado, e sim imagens em resina com fotos digitalizadas mostrando a pretensão de seu dono em construir seu lar eterno antes mesmo da sua morte. Os jazigos não podem ser tombados como patrimônio histórico, pois pertencem as famílias.

Segundo Amanda, o cemitério é um lugar de representação social, as pessoas não são iguais nem na hora da morte, a exclusão dentro do cemitério da Santa Casa é perfeitamente visível e comparável ao surgimento das cidades com seus altos, habitados pelos ricos, e baixos, povoado pelos pobres. O Campo Santo é uma área reservada ao enterro de indigentes e, na década de 1940, também serviu para enterrar os suicidas, fossem eles ricos ou pobres.

Enfim, conhecer a cultura de onde vivemos é resgatar um pouco da nossa própria história. Esse Projeto de Extensão teve a sua primeira visita a uma instituição centenária, ainda falta conhecer quatro instituições...

Aguardem novas histórias!

Referências:  Cemitério Santa Casa de Porto Alegre. Disponível em: <http://www.cemiteriosantacasa.com.br/>. Acesso em: 30/04/2013.

Escrito por Rossana Mativi com o apoio técnico da colega Jullien Dabini.

domingo, 7 de abril de 2013

Dia Mundial da Saúde


A Rádio Web Saúde participou da comemoração do Dia Mundial da Saúde no Parque Farroupilha em Porto Alegre dia 07 de abril.

O Dia Mundial da Saúde foi criado em 1948 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Neste ano traz como tema: Viver com saúde é uma Grande Vitória. 

Lá entrevistamos profissionais das áreas da Saúde e Esportes. Também, conversamos com o representante do Instituto Autismo e Vida o qual comemorou, em 02 de abril, o Dia Mundial de Conscientização do Autismo.

Perguntamos aos entrevistados o que eles entendiam por saúde?

Dentre as respostas um assunto muito interessante surgiu: O Controle Social, quem falou sobre ele foi o Sr. Carlos Duarte, representante do movimento AIDS no Conselho Estadual e Nacional de Saúde.


Para ele, saúde é qualidade de vida, é expectativa de vida, saúde é viver bem. Lembrou que o SUS é um Sistema Único de Saúde e não um plano de saúde.  E como sistema ele envolve muito mais do que a questão de assistência, é prevenção da saúde, é qualidade de vida, da água, da alimentação.

Rádio Web Saúde – Como incentivar a participação da população no Controle Social?
Carlos Duarte – “A dificuldade que há é que as pessoas não sabem que existe o controle social. Há pouca divulgação do SUS como um todo. É colocado, para a população, que o SUS é uma questão de assistência como se fosse um plano de saúde, conforme dito anteriormente, e o SUS é muito mais do que isso ele é um Sistema de Saúde. E como Sistema de Saúde uma das partes fundamentais para que o sistema funcione é a participação da comunidade para dizer como ela quer que esse sistema funcione e qual é a necessidade dela para que esse sistema de conta. A população pouco houve falar de Conselhos de Saúde, não sabe que existem. E, os serviços de saúde pouco divulgam, também, para a população que utiliza o serviço que parece que o Controle Social é uma fiscalização policialesca e na verdade não é nada além do que a garantia do direito à saúde. É por isso que estamos aqui hoje com uma barraquinha do Controle Social para tentar trazer para a população justamente isso, que controle social é lutar pelo direito à saúde e é necessário que a população se aproprie disso e vá para os conselhos e para todas as formas de participação para dizer como ela quer ser atendida e só assim conseguimos efetivamente montar um serviço que atenda as necessidades e controlar e fiscalizar para ver se esse serviço está realmente atendendo às necessidades da população. A participação da comunidade é fundamental para que o direito à saúde se efetive.”

Referências: RIO GRANDE DO SUL. SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE, Caminhada e Atividades marcam Dia Mundial da Saúde em Porto Alegre. Disponível em: <http://www.saude.rs.gov.br/conteudo/7050/?Caminhada_e_Atividades_marcam_Dia_Mundial_da_Sa%C3%BAde_em_Porto_Alegre> Acessado em: 25/04/2013.

Entrevistas: Franciele Moletta, Fagundes Conceição e Ana Paula Cappellari.

Escrito por Rossana Mativi com o apoio técnico da colega Mariana Marchioro.